Thursday, June 2, 2011

Spa para gente grande




O selo Canyon Ranch, cadeia de spas das mais sofisticadas, impõem respeito, mas a unidade de Miami Beach é ainda melhor. Por que? Porque não é exatamente um spa. Sim, tem cardápio com calorias contadas, programação intensa de ginásticas e massagens de tudo quanto é tipo, mas ao contrário das demais unidades, no Arizona e em Massachusetts, não é um all-inclusive, afastado de tudo, onde as pessoas se internam para uma temporada detox. Em Miami Beach, como ele fica no meio da cidade, vale uma escapada para um jantar onde você não seja confrontada com a quantidade de carboidratos de cada garfada. Além disso, o hotel tem um bar de verdade, com vasta carta de drinks e vinhos. Ok, tudo é orgânicos, mas álcool é álcool e eu duvido um pouco que isso faça alguma diferença. O spa fica no antigo hotel Carillon, ícone da cidade na década de 50, e embora tenha sido todo restaurado, ainda conserva alguns detalhes no lobby da estrutura original. Os quartos imensos, com cozinha (mesmo as suítes mais simples, todas têm) e lençois italianos são detalhes interessantes, mas diante da vista para o mar azul turquesa, devidamente emoldurado por vidros que ocupam a parede inteira, quem se preocupa com a quantidade de fios do algodão egípcio?

Saturday, April 2, 2011

Bye, bye, Bal Harbour

A loja da Louis Vuitton no Ball Harbour, shopping caro cheio de brasileiros endinheirados, está com os dias contados. O problema não é a falta de movimento, mas exatamente o contrário. Em busca de um espaço com o dobro do tamanho, a maison francesa vai abrir as portas no Aventura Mall, shopping mais ao norte da cidade. Além disso, de olho no novo pedaço da cidade, no ano que vem, uma nova loja será inaugurada no Design District.

Tuesday, March 29, 2011

Open de tenis em Miami


Não precisa nem gostar de tênis para ser contagiado. Durante o Open de Tenis, Key Biscayne, ilha ao lado de Miami, fica cheia de gente (mais bonita que a média da cidade), restaurantes cheios e praia movimentada. Claro, trânsito, estacionamentos cheios e filas fazem parte do pacote, mas quem aguentar o calor durante as longas partidas, não pode perder. Assisti a final no ano passado e gostei muito de ter ido. O torneio vai até o próximo final de semana e ainda tem ingressos: Sony Ericsson Open 2011

Wednesday, March 23, 2011

Enfim os encantos do Michael's

Minha primeira experiência no Michael's, preferido dos foodies da cidade, não tinha sido grandes coisas. Talvez culpa da alta expectativa criada pelas pelos amigos entendidos do assunto. Como o restaurante fica bem no meio do Design District, bairro cheio de lojas de designers perto de Downtown, aproveitei uma visita às galerias locais para dar uma segunda chance. Ao contrário de São Paulo, dificilmente durante a semana é preciso fazer reserva em algum restaurante. E quando chegamos ao Michael’s na última terça, para minha surpresa, gente espalhada pela calçada aguardando mesa. Hum, bom sinal, pensei. Mas esperar mesa não estava nos meus planos, por isso, um cantinho no bar foi suficiente. No lugar de pães, começamos com uma tigelinha de rabanetes, com fleur du sal. Cool. Para entrada, pedimos um bolinho de arroz com um ovo pochê (me faltaram fotos porque luz baixa e fotógrafa pé de chinelo não combinam). Estava muito bom, mas o bolinho, como era maiorzinho, não estava sequinho como os do Ritz, meus favoritos. Depois, uma salada de tomates heirloom, com queijo Roquefort e bacon. Esperava crisps de bacon crocantes, por isso, me decepcionei quando veio uma fatia grossa demais sobre minha rodela de tomate. O tom do jantar subiu com o papardele carbonara que veio então e estava muito bom, no ponto, esse sim com crisps de bacon crocantes.

A sobremesa foi o ponto alto, com doughnut quentinho, um creme de laranja que mais parecia uma espuma, de tão levinho, e geléia de framboesa com casquinhas de laranja. Saldo da noite? Serviço eficiente, gente bonita, menu um pouco pretencioso, comida bem acima da média e uma noite muito agradável.
130 Northeast 40th Street, Miami, FL 33137, 305) 573-5550

Brunch no Morgan's

Miami não é uma cidade com tradição nos brunches. Aos domingos, é mais fácil ver o povo degustando um prato de ropa vieja (especialidade cubana com carne desfiada, arroz, feijão preto e mandioca frita) do que variações de ovos, pães, panquecas e, pourquois pas, champagne. Dentro dos hotéis de South Beach, muitos dos restaurantes têm cardápio de brunch, com menu preço fixo (geralmente caro) e buffet (o que na maioria das vezes compromete a qualidade). É por isso que há tempos buscava alternativa para os almoços de domingo pós praia.

Desde que almocei lá há algumas semanas, estava curiosa para conhecer o brunch do Morgan’s, no Design District. Numa rua com cara de abandonada, foi difícil acreditar que ali tinha um restaurante. Mas ali ele estava, em uma casa grande, com um jardim enorme transformado em estacionamento. O ambiente é bem agradável, com poltronas no gramado, mesas do lado de fora (minha preferência, sempre, em dias bonitos, quando o calor permite) e decoração clean, com mesas de madeira e quase tudo branco. Pro: serviço atencioso. Contra: nenhum pãozinho para começar. Meus eggs benedict estavam impecáveis, mas as batatas que o acompanhavam estavam um pouco frias, faltava sal e sobrava um tempero, que não consegui identificar.

Troquei por fritas, que vieram a mais no prato do meu marido. Essas sim, deliciosas, sequinhas, fininhas, crocantes, como devem ser. Na hora da sobremesa, um bolo de côco correto, mas longe dos bolos de côco que eu tinha em minha memória. Saí com a sensação de que o almoço semanas atrás foi melhor que o brunch, mas em um domingo de sol, o ambiente compensa as falhas do cardápio.
28, NE 29th Street, Miami, FL, 33132, 305-573-9678

O distrito do design

Desde que o mundo é mundo, Miami é destino certeiro de gente em busca das melhores ofertas nos outlets da vida. Porém, uma zona nova e bem cool está colaborando bem para mudar essa cara da cidade. Cerca de 5 km ao norte de Downtown está o Design District, bairro entre as ruas 29th e 45th que nos últimos anos deixou de ser destino de sem tetos e depósitos atacadistas para ser tomado por lojas, galerias e restaurantes. Lá estão as galerias mais legais da cidade.

Na 29th, fica a Rubell Art Collection, museu que expõe a coleção particular de arte contemporânea da família, bem tradiça na área de artes da cidade. Na North Miami Avenue, a loja de design finlandesa Marimekko é parada obrigatória para quem gosta de estampas. Um pouco mais acima, na 41th, fica a De la Cruz Collection, museu de três andares aberto recentemente por um casal de cubanos, Rosa e Carlos de La Cruz.

Perto dali, no 4141 Building estão várias lojas de moda e design, além de galerias. Vale a visita, nem que seja para sentar no restaurante Fratelli Lyon, restaurante de menu curto, mas eficiente. A melhor parte ainda é o décor, de estrutura em alumínio aparente. Pouco a frente, está o Señora Martinez, restaurant de tapas da chef celebridade Michelle Bernstein. Caro e badalado, no happy hour, poucos bancos na cidade são tão concorridos quando os do bar do mezanino. Se não está para filas,na rua ao lado há o Mai Tardi, cheio de lounges sob grande copas de árvores. Mais honesto e também charmoso.

Entre as muitas lojas de decoração, algumas bem caras, como a Fendi Casa ou a Kenzo Maison, e outras mais razoáveis, como a Urban Art, há a Y-3, loja do designer japonês Yohji Yamamoto com a Adidas. Esportivo demais? Ok, logo em frente está a loja do francês Christian Louboutin, onde os sapatos de sola vermelha não saem por menos de 500 dólares. Se você tem filhos, não pode deixar de passer na Genius Jones, loja que reúne os designers mais bacanas que fazem coisas para os pequenos, de móveis a brinquedos, passando por roupinhas super transadas. Também lá está o Michael’s Genuine Food, destino favorito dos foodies da cidade. Um pouco pretencioso, mas em poucos lugares de Miami come-se tão bem, mas isso é assunto para outro post.

Monday, March 21, 2011

Garagem de luxo

A nova vedete da arquitetura de Miami passa longe dos predinhos verde água e rosa bebê da Collins Avenue. Inaugurado no ano passado, o 1111 trouxe uma aura de sofisticação para o calçadão ultra turístico cheio de fortões com os biceps a mostra da Lincoln Road, bem em frente ao cinema de South Beach. O empreendimento que ocupa o quarteirão inteiro entre a Alton Road e a Lennox Avenue é formado por um prédio comercial e um edifício garagem, esse sim, grande estrela do projeto, criado pelo top escritório de arquitetura Herzog de Meuron. Todo feito em concreto e sem muros, em vez de escondidos, os carros ficam super expostos, em meio a vista 360 graus da cidade.

O piso térreo é ocupado por lojas e restaurantes. É lá que está a brasilieríssima Osklen, a Nespresso, os concorridos hamburguers da Shake Shack (ainda sem as filas de Nova York) e a livraria alemã Taschen. O calçadão com pedras portuguesas importadas do Brasil quase nos faz sentir o cheiro do mar de Ipanema. Até o final do ano, o rooftop será ocupado por um restaurante ainda sem nome definido. Se a cozinha vai corresponder às expectativas, ainda é cedo para dizer, mas só a vista lá de cima, com o mar de um lado e o canal do outro, já vale a visita.